Quando adolescente tinha um sonho recorrente. Eu corria e depois voava com braços abertos e vento no rosto. Não me lembro se já relatei e trabalhei o sonho em terapia, mas acho que o vôo representava desejo de liberdade. Creio que é o mesmo desejo que me faz sentir atração pelo movimento hippie, pela contracultura. O tema me veio à lembrança com os 40 anos de Woodstock e os 20 anos da morte de Raul Seixas.
Ao ler este post, alguém que não me conheça pode pensar que sou “doidona”. Não sou. Esse sentimento sempre foi muito mais uma fantasia do que um estilo de vida. Até mesmo porque, pelo menos no auge do movimento, eu era uma criança. Não entendia de sociedade de consumo, desigualdades sociais, segregação racial, guerra, amor livre, filosofia oriental, viver em comunidade, ambientalismo, muito menos de marijuana, cogumelos, ácido, etc e tal. Já um pouco mais velha, especialmente na época da universidade, o que acabei adotando foi a estética hippie, com muitos vestidos soltos floridos, batas e sandaliazinhas rasteiras. Tardiamente experimentei a viagem mochileira e .... adorei !
No Brasil, floresceram o Tropicalismo, Mutantes, Raul Seixas, Novos Baianos, enfim, artistas que de formas diferentes também representavam o movimento hippie, a psicodelia. Em pleno regime militar, dependendo de onde viessem as críticas, eram acusados de comunistas a alienados.
Mas é curioso observar que, seja aqui ou acolá, o movimento teve profundo impacto cultural, mas, e político ?!?!?!?! Não acabou com a guerra do Vietnã nem com a ditadura militar.
Bem, tudo isto é para te perguntar: em que época você gostaria de ter vivido ou com qual período histórico você se identifica? Não sei a sua resposta, mas a minha é anos sessenta. Agora, se quiserem sentir o clima hippie, assistam Hair, do diretor Milos Forman. Ouçam Aquarius, Manchester, Good morning starshine e I got life, com a cena antológica da dança sobre a mesa. Clique aí na imagem. É irresistível!