quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A Casa da Árvore



Era uma vez um lugar muito divertido. Lá a vida era lúdica como em nenhum outro. Era a Casa da Árvore. Trabalhava-se muito por lá, pois a função da Casa era dar sentido a construções linguísticas quase sempre elaboradas às pressas pelos moradores da sede. As que lá viviam tinham as palavras como matéria prima e, para tanto, consultavam e consultavam gramáticas e dicionários.

Um dia, uma maluquinha que vivia na vizinhança avisou às amigas da Casa da Árvore que iria para longe. Ela sentia a alegria esvair-se e não queria viver triste, sem criatividade e magia a envolvê-la. E aí as generosas e acolhedoras habitantes da Casa da Árvore a convidaram:

- Venha para cá!

E a maluquinha, entre atordoada e feliz, recebeu aquele convite imperativo e resolveu aceitá-lo. Desde então, muito desajeitada no pequeno galhinho que a sustenta, tem insistido em relembrar e estudar as lições de outrora, quando as concordâncias verbal e nominal eram puro exercício teórico. Para tanto, tem buscado, também nas papelarias, as ferramentas necessárias: são canetinhas, borrachas, marcadores, clipes e cadernos coloridos, além de pastas transparentes para organizar as lições aprendidas no dia a dia.

A maluquinha está feliz, a trabalhar perdida entre vírgulas, crases e azimutes e a receber amigos que gostam de folhas de bananeira, sob os olhares complacentes e compreensivos das amigas da Casa da Árvore. Obrigada, Meninas queridas!