Era uma vez um lugar muito divertido. Lá a vida era lúdica como em
nenhum outro. Era a Casa da Árvore. Trabalhava-se muito por lá, pois a função
da Casa era dar sentido a construções linguísticas quase sempre elaboradas às
pressas pelos moradores da sede. As que lá viviam tinham as palavras como matéria
prima e, para tanto, consultavam e consultavam gramáticas e dicionários.
Um dia, uma maluquinha que vivia na vizinhança avisou às amigas da
Casa da Árvore que iria para longe. Ela sentia a alegria esvair-se e não queria
viver triste, sem criatividade e magia a envolvê-la. E aí as generosas e
acolhedoras habitantes da Casa da Árvore a convidaram:
- Venha para cá!
E a maluquinha, entre atordoada e feliz, recebeu aquele convite
imperativo e resolveu aceitá-lo. Desde então, muito desajeitada no pequeno
galhinho que a sustenta, tem insistido em relembrar e estudar as lições de
outrora, quando as concordâncias verbal e nominal eram puro exercício teórico.
Para tanto, tem buscado, também nas papelarias, as ferramentas necessárias: são
canetinhas, borrachas, marcadores, clipes e cadernos coloridos, além de pastas
transparentes para organizar as lições aprendidas no dia a dia.
A maluquinha está feliz, a trabalhar perdida entre vírgulas,
crases e azimutes e a receber amigos que gostam de folhas de bananeira, sob os
olhares complacentes e compreensivos das amigas da Casa da Árvore. Obrigada, Meninas queridas!