
Em 9 de abril de 2010, ao fazer um ecocardiograma, recebi o diagnóstico de pericardite com derrame pericárdico moderado. Fui encaminhada direto para a emergência cardiológica e depois para a internação. Naquele momento, as amigas do coração entraram em ação. Kátia e Lili foram incansáveis durante os 21 dias de internação, uma cirurgia para drenagem e biópsia, com pós-operatório em UTI, mais 12 dias de internação e incontáveis exames e consultas.
Minha Mãe tinha então 84 anos e não temos família próxima. Eu me preocupava muito com ela. E aí, novamente, minhas amigas do coração começaram a agir. Para cuidar da Mãe imediatamente surgiram Lili, amiga desde sempre, Silvana, sobrinha querida, Eliana e Heluísa, primas, e Cristina, mulher do Divino, chefe dos porteiros do meu edifício há mais de 30 anos. E assim pude ficar no hospital sabendo que ela estava protegida.
Com minha Mãe bem, as amigas do coração começaram a buscar companhia e conforto para mim. E aí Katinha, de novo, foi mais do que especial. Ela organizou uma lista de voluntárias para me acompanhar e dormir comigo no hospital. Digo voluntárias, no feminino, porque os amigos podiam me visitar e amparar, mas segundo ela dormir não! Chegou a ser ameaçada de discriminação (caro Wellington, não era isto!)!
Revistas, livros, orações, medalhinhas, umas comidinhas escondidas e até uma linda boneca de pano (presente da Ana Lígia), que Silvana batizou de Valentina, me acompanharam durante a internação. E me emociono em pensar o quanto sou feliz por ter pessoas assim perto de mim. Obrigada a todas e, como escrevo mais de um ano depois, me perdoem se não lembrei de algum nome. Alguns anos atrás, eu, Kátia e Nádia brincávamos no trabalho que éramos as meninas superpoderosas. Mas superpoderosas são todas estas minhas amigas, mais do que nunca do coração.