domingo, 30 de agosto de 2009

Poltronas Yin Yang


















Adoro decoração e design. As ideias materializadas em formas retrôs ou modernas, materiais tradicionais ou tecnológicos, de alto custo ou mais acessíveis, com usos os mais diversos. Não importa. De vez em quando navego por sites da área, onde é possível descobrir peças lindas. Numa destas “andanças” me deparei com as poltronas Yin Yang. Foi paixão à primeira vista. Peças do suíço Nicolas Thomkins, foram desenvolvidas por uma empresa alemã chamada Dedon. Ao custo de, cada uma, mais de £ 7.000 (isto mesmo, libras), soube que jamais as teria. Mas queria vê-las ao vivo, sentir a textura da fibra, enfim, namorar as peças. E qual não foi minha surpresa ao encontrá-las em Paraty. Pois é, numa pousada muito chique dentro do centro histórico, onde eu naturalmente não estava hospedada, mas que pedi para visitar, lá estavam elas à beira da piscina. Não me decepcionei, são peças belíssimas.



sábado, 29 de agosto de 2009

Unhas Vermelhas


Pintei minhas unhas de vermelho e, embora não tenha ficado feio, entrei em crise. Podem rir! Passei em revista meu armário e tudo era inadequado. Assumo minha incompetência. Acho que não sei portar e combinar unhas vermelhas. Lindas nas amigas, mas em mim estranhíssimas. Engraçado lembrar que namorei um rapaz adorador de unhas vermelhas. Claro que o namoro não podia dar certo. Bom, acabei de tirar o vermelho. Voltei a ser a mulher básica de sempre. Mais que isto, acho que recuperei minhas mãos, meus pés, meu estilo, enfim, minha identidade.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Paz e Amor – Movimento hippie


Quando adolescente tinha um sonho recorrente. Eu corria e depois voava com braços abertos e vento no rosto. Não me lembro se já relatei e trabalhei o sonho em terapia, mas acho que o vôo representava desejo de liberdade. Creio que é o mesmo desejo que me faz sentir atração pelo movimento hippie, pela contracultura. O tema me veio à lembrança com os 40 anos de Woodstock e os 20 anos da morte de Raul Seixas.

Ao ler este post, alguém que não me conheça pode pensar que sou “doidona”. Não sou. Esse sentimento sempre foi muito mais uma fantasia do que um estilo de vida. Até mesmo porque, pelo menos no auge do movimento, eu era uma criança. Não entendia de sociedade de consumo, desigualdades sociais, segregação racial, guerra, amor livre, filosofia oriental, viver em comunidade, ambientalismo, muito menos de marijuana, cogumelos, ácido, etc e tal. Já um pouco mais velha, especialmente na época da universidade, o que acabei adotando foi a estética hippie, com muitos vestidos soltos floridos, batas e sandaliazinhas rasteiras. Tardiamente experimentei a viagem mochileira e .... adorei !

No Brasil, floresceram o Tropicalismo, Mutantes, Raul Seixas, Novos Baianos, enfim, artistas que de formas diferentes também representavam o movimento hippie, a psicodelia. Em pleno regime militar, dependendo de onde viessem as críticas, eram acusados de comunistas a alienados.

Mas é curioso observar que, seja aqui ou acolá, o movimento teve profundo impacto cultural, mas, e político ?!?!?!?! Não acabou com a guerra do Vietnã nem com a ditadura militar.

Bem, tudo isto é para te perguntar: em que época você gostaria de ter vivido ou com qual período histórico você se identifica? Não sei a sua resposta, mas a minha é anos sessenta. Agora, se quiserem sentir o clima hippie, assistam Hair, do diretor Milos Forman. Ouçam Aquarius, Manchester, Good morning starshine e I got life, com a cena antológica da dança sobre a mesa. Clique aí na imagem. É irresistível!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Preciso emagrecer. Preciso baixar o colesterol. Preciso caminhar, malhar, nadar. Preciso procurar um nutricionista. Preciso comer menos pães, massas, chocolates ... Preciso beber menos. Preciso parar, de novo, de fumar. Por que será que só consigo lembrar da Radical Chique: “Certas dietas são simples. É só cortar açúcar, frituras, massas, molhos, bebidas alcoólicas, pães, biscoitos... e os pulsos”. Sábio Miguel Paiva !

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Não encontrei um título


Ao começar esse blog, nunca quis ou pensei em transformá-lo em espaço confessional. Mas, “sometimes” é impossível fugir.

Essa semana, me deparei com uma situação muito difícil. Minha mãe, uma senhora de mais de 80 anos, foi vítima de uma tentativa de golpe por telefone. Todos nós somos alertados diariamente, seja pela imprensa, polícia ou relato de amigos, para as estratégias utilizadas pelas quadrilhas. Mas quando acontece, esteja você na condição de vítima ou de pai, mãe, filho, irmão, você se sente completamente despreparado para lidar com a situação. Minha mãe está traumatizada e envergonhada por ter caído na conversa do golpista, a ponto de ter informado meu local de trabalho e número de celular.

E aí vem a pergunta: o que se faz numa hora assim? Como lidar com uma senhora que soluça escondida a noite, por ter “errado”, porque se sente culpada por ter exposto sua família, aquela que a vida inteira ela defendeu e protegeu? Eu, quase sempre intolerante e sem paciência com as dificuldades diárias que a convivência com a idade impõem, fiz o que meu coração mandou: me deitei ao lado dela, compartilhei a responsabilidade, o erro, a impotência e depois fiquei quietinha.

No dia seguinte, quando estávamos mais calmas, tentei conversar. Não sei se ela tem compreensão para alcançar essa realidade que nos toma de assalto dentro de casa, lugar considerado seguro até pouco tempo atrás. Mas conversando talvez possamos superar e minimizar riscos. Não sei se o caminho certo é este. Aliás, nem sei se há caminho certo em casos assim. Agi por instinto. Espero não ter errado, mais uma vez, nesta relação tão difícil entre filhos e pais idosos e dependentes.

domingo, 5 de julho de 2009

Metamorfose


Assistindo ao noticiário sobre a Cúpula da União Africana, realizada na Líbia semana passada, levei um susto com a cara do Khadafi. O que é aquilo? Ele sempre foi assustador pelo que representa, mas era até um árabe interessante, fisicamente falando. Agora o homem está deformado.

Para os mais novos, que talvez não saibam, Khadafi está no poder há 40 anos. Desde 1969 é o homem forte da Líbia, eufemismo para ditador. Homem polêmico, acusado de terrorismo, chegou a assumir a responsabilidade pela explosão do avião da Pan Am sobre a Escócia em 1988, quando morreram 270 pessoas.

Aí fiquei pensando nas transformações físicas que tenho visto, principalmente nos meios artístico e político. Será que as pessoas não têm crises de identidade quando se olham no espelho? Lembrei do Raul Seixas em metamorfose ambulante. As mudanças têm sido buscadas mais na aparência do que na reflexão.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Santo Antônio

Minha amiga Marta (codinome) fez aniversário em junho e é devota de Santo Antônio, que é, também, um dos santos do mês. Como estive com ela poucos dias atrás, lembrei-me de uma pequena história.

Há alguns anos, eu vivia uma fase muito difícil, com grave problema de saúde em casa. Eis que Marta, sempre solidária, chega com uma novena de Santo Antônio. No papelzinho estavam as instruções:

"Durante nove terças-feiras acenda uma vela e reze cinco vezes o Pai Nosso, a Ave Maria e Glória ao Pai.
Ofereça a Santo Antônio e faça cinco pedidos: dois impossíveis e três fáceis.
Apague a vela, assim que terminar os pedidos.
Na última terça-feira, deixe queimar até o fim."

Antes mesmo de começar, recebo um telefonema de Marta. Ela me pede para corrigir a novena quanto ao grau de dificuldade dos pedidos. Afinal, disse ela, "para Santo Antônio nada é impossível". Podia fazer até cinco pedidos difíceis. Achei engraçado corrigir uma novena e rimos muito juntas.

Decidi rezar e, claro, fazer meus cinco pedidos. Distraidamente, talvez mais concentrada nos pedidos que faria depois, rezei o Pai Novo e a Ave Maria cinco vezes. E continuei com:

"Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, criador do Céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém."

Rezei cinco vezes e apaguei a vela.

Nas terças-feiras seguintes, dei segmento à novena, cheia de fé, como só nas horas difíceis descobrimos possuir. Depois de umas seis semanas .... bem, só havia um cotoco da vela que deveria durar as nove semanas. Entrei em desespero! A vela ia acabar antes do final da novena. Que tragédia! Marta, socorro!!!!!!!!!!!!!!!! Que é que eu faço? O que fiz de errado?

Ok. Vocês perceberam? Releiam as instruções. Viram? Eu tinha que rezar:

"Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém".

A descuidada aqui estava rezando o Credo, a oração errada, que é muito maior!!!!!!!!!!!!!

Nas semanas seguintes, pedi muitas desculpas a Santo Antônio e rezei o mais rápido que pude. E a vela, felizmente, chegou ao final da novena!

Não sei se vocês acharam graça, mas sempre me divirto muito quando relembro essa história. A novena não curou meu irmão, mas, além de me divertir, certamente, me fortaleceu para vencer os momentos difíceis.

Marta, amiga querida, este post é para você. Reze para Santo Antônio, ele não vai te desamparar!

domingo, 28 de junho de 2009

Irã


Em primeiro lugar, o que vou escrever não tem pretensão jornalística, muito menos de análise. Aspectos culturais também não foram levados em consideração.

A mobilização dos iranianos, denunciando fraude no processo eleitoral, reivindicando mudanças e buscando formas de comunicar ao mundo o que acontece por ali, me sensibiliza. Me comove ver aquela luta desigual entre a população civil e a repressão armada.

Ahmadinejad, um ultraconservador que já ameaçou Israel, nega o holocausto, rechaça a fiscalização internacional às instalações nucleares do País, insiste em bloquear qualquer processo de abertura democrática e nega a concessão de direitos às mulheres, foi declarado vencedor com mais de 60% dos votos. O problema é que contra todas as evidências pré-eleitorais.

O Conselho de Guardiões, instância máxima no regime teocrático do Irã, não concorda com nova eleição, apesar das denúncias e dos protestos diários. Mas, com perfil urbano e mais instruído, os eleitores de Moussavi, ex-primeiro-ministro e candidato da oposição, continuam a protestar e a denunciar.

Em 1979, quando o aiatolá Khomeini liderou a oposição e derrubou o xá Reza Pahlevi, o Pacotão, irreverente bloco carnavalesco criado por jornalistas em Brasília, cantava o seguinte:

“Geisel você nos atolou
O Figueiredo também vai atolar
Aiatolá. Aiatolá,
Venha nos salvar
Que esse governo já ficou
Gagá, gagagageisel ....”

A música era ótima, o carnaval foi animadíssimo e o recado de mudança dado. Mas ainda bem que nosso socorro não eram os aiatolás!

Tomara que as negociações por lá cheguem a bom termo, que a história seja mais generosa com os iranianos daqui para a frente. Que os traumas e as mortes não tenham sido em vão.