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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pequena Notável

Ainda falando de Carmen, vamos às amenidades. Eu e minha amiga Carmita, assim como Carmen uma linda Maria do Carmo de olhos verdes e sorriso largo, adoraríamos ter uns tantos centímetros de altura a mais. Como não pretendemos nos submeter a qualquer procedimento experimental doloroso para aumentar as canelas, nos consola saber que não somos as primeiras ou as únicas. Carmen tinha 1,52 metro. Outras estrelas da época, que pareciam grandes, como estes varapaus das passarelas de hoje, tinham menos de 1,55 metro. Vejam a lista: Mary Pickford, Gloria Swanson, Lupe Velez, Carole Lombard, Jean Harlow, Judy Garland, Lana Turner. Tudo bem que não sei quase nada da maior parte delas. O importante é que eram estrelas em Hollywood!!!

Para suprir a “deficiência” da natureza, ainda no Brasil, Carmen usava as famosas plataformas inventadas por ela mesma. E eis que em 1938, a atriz francesa Annabella, outra estrela pequenina da época, esteve no Rio de Janeiro usando um saltinho e um solado inteiriços que fizeram grande sucesso. O nome do salto? Anabela. Acreditem, esta é a origem do nome do tipo de sola tão usada no Brasil ainda hoje. Bom, depois de tanta bobagem, para finalizar só me resta dar vivas às baixinhas, e, também, desejar vida longa às plataformas e aos saltos Anabela!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Carmen Miranda


Acabei de ler a biografia de Carmen Miranda, escrita por Ruy Castro. Com as mortes de Michael Jackson e Heath Ledger na mídia, as vítimas mais recentes, é interessante saber o que aconteceu com ela.

Carmen foi triturada pela indústria americana de entretenimento. Houve período em que fazia de 5 a 7 shows diários de 20 minutos e, depois, ainda se apresentava em espetáculos noturnos. Foi no meio desta roda viva que ela desmaiou e foi medicada com as anfetaminas que jamais abandonaria. Começou com Benzedrine, passou para Seconal, Nembutal e há quem diga que chegou ao Demerol, “um narcótico à base de morfina e que, combinado com os barbitúricos, tinha o efeito sedativo de uma anestesia” (p. 446 da biografia).

Mas, apesar do enorme sucesso, a estrela que em 1945 chegou, segundo o fisco americano, a ser a mulher mais bem remunerada dos Estados Unidos, teve seu talento reconhecido apenas parcialmente. Mesmo depois de dominar o inglês, continuava dando entrevistas num “dialeto” mambembe, pois ficou prisioneira do rótulo que recebera, onde só cabia o papel de comediante matuta, que sequer sabia se expressar.

Ainda no âmbito profissional, era atormentada, também, pelas críticas veiculadas aqui no Brasil, onde era acusada de renegar suas origens, de estar americanizada.

Acrescente-se a tudo isto, o drama pessoal provocado pelo desejo de ser mãe, o que, dentro da hipócrita e puritana sociedade americana da época (?), só era possível dentro do casamento. Para não cair no ostracismo, ela chegou a fazer um aborto e para realizar o sonho casou-se com um arrivista, que não lhe deu o filho, mas legou-lhe o alcoolismo.

No fundo do poço e na tentativa de superar a depressão e a dependência provocadas por este quadro, Carmen chegou a recorrer a eletrochoques, o tratamento preconizado à época e ministrado a frio. A violência era tamanha que provocava amnésia no paciente.

Quanto desperdício de vida e talento! Carmen morreu em 1955, aos 46 anos.