
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A vida em 5 frascos

domingo, 25 de outubro de 2009
Manutenção
Nosso amigo Aurélio define que são “as medidas necessárias para a conservação ou a permanência de alguma coisa ou de uma situação” e “os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de motores e máquinas”. Faltou dizer que são as atividades que mais nos tomam tempo e nos aborrecem.
Meu carro é até novo, mas precisa fazer revisão, calibrar os pneus, olhar a água, olhar o óleo, lavar, abastecer.
Se o campo é informática prepare-se, pois é muito bom quando funciona, mas um terror quando dá problemas. Atualizou os programas? Pode começar a reconfigurar tudo! Trocou de provedor? Atenção ... perigo. A assinatura do antivírus acabou? Corra, ou então, nada de compras via internet ou acesso bancário. Acabou a tinta da impressora? Como vou imprimir meu tíquete de viagem ou meu check-in! Quer uma informação urgente? Site em manutenção.
E a manutenção pessoal! E nem sou muito vaidosa. No cabeleireiro, ou não gostamos do corte ou a tinta ficou mais escura ou a progressiva queimou as orelhas. Na manicure a cutícula não foi bem tirada ou a cor não combina. Após a depilação, os pelos sempre encravam. Sobrancelhas tortas ou com falhas? Acontece quase sempre. Massagem é tudo de bom se for para relaxar, mas se o objetivo for estético, prepare-se para sofrer ou ficar como um dálmata: cheia de manchinhas. E malhar? Sem comentários! Lembra manutenção do peso.
Se você tem filhos pequenos ou pais idosos. Não vou me estender. A lista não caberia neste blog .....
E a saúde física? E olha que eu, Graças a Deus, só faço exames preventivos. Lá vem ginecologista, oftalmologista, endocrinologista, cardiologista, dermatologista, etc... E, me digam, por que os médicos não fazem mais nada sem um mundo de exames? Só quem já fez uma mamografia sabe o quando é sofrido. Saúde mental? Outra lista .... Ah, ia me esquecendo: você já ouviu alguém dizer feliz, feliz: vou ao dentista!
E continuando, lá vem a empregada;
- D. Luisa a máquina de lavar tá fazendo um barulho estranho.
- Hum ...
- É, barulho muito esquisito. Ah, a corda do secador também tá com problema. Tá quase arrebentando.
- Humm ...
- A senhora podia chamar o eletricista? O interruptor do quarto quebrou e a lâmpada queimou. Aquela difícil de comprar e trocar.
- Hummmm ...
- Se passar no mercado, não esquece do saco do aspirador de pó. Ele acabou desde a semana passada.
- Hummmmm ...
- Será que o eletricista entende de encanamento? A pia do banheiro tá entupida.
- Hummmmmm ...
- Sabe a porta do armário do material de limpeza. Pois é, tá emperrando. Muito difícil de abrir e fechar.
- Hummmmmm ...
- Hoje quase não consegui ouvir o Padre Marcelo. O rádio não tá pegando direito!
- Hummmmmm ...
SOCORRO!!!!!!! Já que não consigo viver sem carro, sem computador, sem cuidados estéticos, sem médicos ....... acho que vou demitir a empregada ........
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
As Belas Adormecidas
Estou com quatro bebês em casa. São mudas de acácia imperial, saboneteira, pau-ferro e pata-de-vaca. Uma de cada. Minha casa é um abrigo temporário, já que moro em um apartamento e elas precisam de espaço para um desenvolvimento sadio. Em dezembro elas irão para Minas Gerais. Crescerão na fazenda onde passei muitas de minhas férias. Estarão protegidas junto às suas irmãs, primas e tias na Mata Atlântica. Tenho certeza que será uma festa!
Nunca fui boa em reinos, classes, ordens, espécies etc e tal. Botânica e zoologia sempre foram pesadelos. Mas estou encantada com minhas mudinhas e levei um susto noites atrás. As folhas estavam, como dizer, “sem volume”. Aguei bastante. Duas horas depois elas estavam do mesmo jeito. Fiquei preocupada. Ao amanhecer corri para vê-las e estavam viçosas, cheias de saúde. E isto se repetiu por 3 dias e noites, até que percebi: as folhas da pata-de-vaca e do pau-ferro se aconchegam. Elas se fecham a noite. Minhas mudinhas têm folhas que dormem juntinhas!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Brasília (quase cinquentona)

Sou da primeira geração de Brasília. Nasci aqui. Adoro viajar, conhecer pessoas e cidades, sejam elas metrópoles ou vilas. Mas a minha vida foi construída aqui e os comentários maldosos que fazem sobre Brasília me geram, no mínimo, grande desconforto. As pessoas misturam os escândalos políticos com a cidade. Embora ainda viva em grande parte do governo federal, Brasília já tem vida própria, com produção cultural e econômica. Não culpem os brasilienses pelas mazelas que assolam o País. Somos vítimas, tanto quanto os demais brasileiros, sejam do sul, sudeste, norte, nordeste ou centro-oeste. Os forasteiros que aqui chegam são enviados dos quatro cantos do País e não é justo que sejamos apontados e acusados por suas falcatruas e desmandos.Quase 50 anos atrás, um Presidente da República decidiu transferir a capital do Brasil para o interior. Os operários que para cá vieram buscavam uma oportunidade de vida ou a utopia de construir uma cidade a partir do nada. O superfaturamento buscavam os que já usufruíam das benesses do poder. Eu sou fruto do sonho. Portanto, não me imputem a responsabilidade ou as mazelas que advieram do sonho de meus pais.
Outros criticam a estética da cidade. O que posso dizer aos que assim se pronunciam quanto à arquitetura de Niemeyer, ao planejamento de Lúcio Costa e à arte de Athos Bulcão, Bruno Giorgi, Alfredo Ceschiatti, Burle Marx, Alfredo Volpe e outros é que aprendi a respeitar e reconhecer arte, mesmo que não seja o meu estilo favorito.
Cidade fria, sem esquinas? Minha esquina é o comércio da superquadra, onde encontro a padaria, o sapateiro, o jornaleiro, o mercado, o salão de beleza, o boteco, o restaurante e até o apontador do jogo do bicho!
As fotos que ilustram este post são de Flávio Cruvinel Brandão, um economista com alma de artista, que tem buscado os ângulos mais belos da natureza por aqui. É uma pequena amostra do que vocês podem ver no álbum completo de Flávio clicando aqui.


sábado, 26 de setembro de 2009
La Vie en Rose

Tradicional

Performática
Des yeux qui font baisser les miens
Un rire qui se perd sur sa bouche
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses Brás
Il me parle tout bas
je vois la vie en rose
Il me dit des mots d'amour
des mots de tous le jours
Et ça m'fait quelque chose
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause
C'est lui pour moi
Moi pour lui
dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi, mon coeur qui bat
When he takes me in his arms
and whispers love to me
everything is lovely
It's him for me and me for him
all our lives
and it's so real what I feel
this is why
Et dès que je l'apercois
Alors je sens en moi,mon coeur qui bat
la vie
La vie en rose,la vie en rose
ooooh ... la vie
La vie en rose,
La vie en rose,la vie en rose
la vie en rose ,la vie en rose
la vie en rose , la vie en rose
la vie en rose, la vie en rose
Je t'aime pour toujours, mon amour
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Pequena Notável
Para suprir a “deficiência” da natureza, ainda no Brasil, Carmen usava as famosas plataformas inventadas por ela mesma. E eis que em 1938, a atriz francesa Annabella, outra estrela pequenina da época, esteve no Rio de Janeiro usando um saltinho e um solado inteiriços que fizeram grande sucesso. O nome do salto? Anabela. Acreditem, esta é a origem do nome do tipo de sola tão usada no Brasil ainda hoje. Bom, depois de tanta bobagem, para finalizar só me resta dar vivas às baixinhas, e, também, desejar vida longa às plataformas e aos saltos Anabela!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Carmen Miranda
Acabei de ler a biografia de Carmen Miranda, escrita por Ruy Castro. Com as mortes de Michael Jackson e Heath Ledger na mídia, as vítimas mais recentes, é interessante saber o que aconteceu com ela.

Mas, apesar do enorme sucesso, a estrela que em 1945 chegou, segundo o fisco americano, a ser a mulher mais bem remunerada dos Estados Unidos, teve seu talento reconhecido apenas parcialmente. Mesmo depois de dominar o inglês, continuava dando entrevistas num “dialeto” mambembe, pois ficou prisioneira do rótulo que recebera, onde só cabia o papel de comediante matuta, que sequer sabia se expressar.
Ainda no âmbito profissional, era atormentada, também, pelas críticas veiculadas aqui no Brasil, onde era acusada de renegar suas origens, de estar americanizada.
Acrescente-se a tudo isto, o drama pessoal provocado pelo desejo de ser mãe, o que, dentro da hipócrita e puritana sociedade americana da época (?), só era possível dentro do casamento. Para não cair no ostracismo, ela chegou a fazer um aborto e para realizar o sonho casou-se com um arrivista, que não lhe deu o filho, mas legou-lhe o alcoolismo.
No fundo do poço e na tentativa de superar a depressão e a dependência provocadas por este quadro, Carmen chegou a recorrer a eletrochoques, o tratamento preconizado à época e ministrado a frio. A violência era tamanha que provocava amnésia no paciente.
Quanto desperdício de vida e talento! Carmen morreu em 1955, aos 46 anos.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
À Flor da pele

Voltei de viagem e gostaria de retomar o tema proposto pelo belíssimo ensaio fotográfico “linkado” acima e pela matéria À Flor da Pele, publicada no Jornal do Commercio de Recife. Pois é, em geral nós não pensamos nas restrições impostas por determinadas condições de saúde, até que nos deparamos com um relato sobre elas. Assim aconteceu comigo em relação ao albinismo. Ao ler a história dos três irmãos de Olinda, que convivem com dificuldades econômicas, além das de saúde, saí em busca de informações. O que pude perceber é que a poesia com que a história foi escrita passa longe da realidade dos portadores do albinismo e das discussões que ela deveria colocar. Encontrei o blog “O albino incoerente’, mantido por Roberto Bíscaro (Dr. Albee), professor de literatura do interior de São Paulo, onde diversas destas questões são abordadas e, o mais importante, levanta a bandeira de políticas públicas que atendam às necessidades dos portadores do albinismo.
Hoje, tendo em vista a repercussão da matéria, aquelas três crianças certamente estão vivendo em melhores condições, por uma ação assistencialista daqueles que se sensibilizaram. Talvez seja esta, entretanto, a ocasião para se discutir políticas públicas para os portadores do albinismo.